Polêmica Uber –
Auxilia ou complica o dia-dia. O que você acha?
Enfim chegamos a
polêmica... Até onde a TI pode auxiliar ou complicar a nossa vida cotidiana?
Antes de tudo,
devo recorrer ao passado, onde muitos principalmente nos anos 80 e 90 diziam
que a tecnologia poderia sim de fato ocasionar uma desorientação no mercado de
trabalho. Particularmente, este movimento já vem ocorrendo há algum tempo, mas
a soma dos aplicativos inteligentes em nuvem e disponíveis em dispositivos móveis
vem ganhando destaque neste quesito.
Bom, falando
sobre o Uber que é um aplicativo
americano e que veio ao mundo com o seu serviço de “carona remunerada”, herdando
hoje em dia algumas manchetes de noticiários na rádio e até na TV .
O motivo?
Sim, as reclamações dos sindicatos, prefeituras e as empresas do setor.
Mas porque tanto
rancor dos sindicatos e prefeituras sobre este aplicativo? O serviço de transporte
é uma cadeia que correlaciona diversas frentes e devemos entendê-la. Primeiramente,
na maioria das cidades, um taxista deve realizar um curso e posteriormente
adquirir uma licença municipal, pagasse algumas taxas à prefeitura e este
contribuinte adquire uma profissão regulamentada, após o taxista devidamente
licenciado deve buscar um alvará com inspeção junto a prefeitura, para que posteriormente possa transitar pela cidade usando o serviço com seu veículo. Aqui, já
observamos dois lados:
·
Lado
da Prefeitura: A prefeitura arrecada nos cursos e licenciamento de novos
condutores e também adquire verbas com a concessão de alvarás. Na cidade de São
Paulo, a prefeitura se defende através da Lei 12.468/2011, que reserva aos taxistas o direito de explorar o serviço de
transporte individual remunerado de passageiros.
·
Lado
do taxista: Estes, adquirem alvarás e ingressa em um seleto grupo de pessoas
licenciadas. De certo ponto, menos concorrência, traz garantia maior de
serviços ou demanda.
Neste artigo, não
estou publicando para apontar o que é o certo ou o errado. Mas o relevante e que
chama muito a atenção é a chegada de aplicações que confrontam o sistema e
aquilo que era previsto no passado, aparenta força nestas aplicações móveis.
Afrontar funções regulamentadas é um piso em um calo e que gera polêmica.
O Uber se
defende, apontando que não é uma empresa de transporte, mas sim, uma empresa de
Sistema de Informação, e que todos os impostos e leis vinculados a este setor
ele cumpre com rigor.
Acima do
parágrafo anterior. Está errada esta afirmação? Não, realmente o Uber é um
aplicativo. Mas o que devemos levantar a bola e se perguntar: Porque há tantos clientes
e está incomodando tanto esta cadeia?
Tentando
responder a pergunta, acredito que há uma lacuna entre o real e o que é mais
prático e barato. Uma lacuna entre preço e risco. E que o aplicativo ou
soluções se encaixam nesta lacuna. Como disse, não quero julgar ou classificar,
mas será que se o serviço de taxi ou até mesmo de transporte público estivesse
em uma camada de “valor agregado” ingressaria nesta discussão? Ou seja, eu pago
um valor “x” mas eu tenho o benefício “y” eu usaria sim este serviço.
Será que amanhã
não teremos médicos usando aplicativos? Ou engenheiros trabalhando remotamente
e postando seus projetos na nuvem?
Há tempos, nós
que atuamos na área de TI realizamos estes questionamentos naturalmente em
nosso meio. Exemplo: Vamos comprar o aplicativo “Z” porque ele vai economizar “X”
de tempo e consequentemente “Z” em dinheiro. Esta atividade, já é a nossa
função e exatamente estas atividades consequentemente traz uma readequação de
empregos na área de TI. Mas nós já estamos habituados a esta cultura.
Agora de fato,
dando minha opinião, pode até ser que o
Uber perca nesta batalha, mas os serviços de um modo geral estão sendo forçados
a ganhar este dinamismo de “valor agregado” pela sociedade, caso contrário o força
das populações e soluções de diversos locais surgirão uma atrás das outras.
Citando um caso que até traz certa similaridade, quem se lembra do “Napster”?
Bom, ele perdeu a batalha... Mas alguém aí comprou um cd nos últimos meses?

