sábado, 30 de maio de 2015

Polêmica Uber – Auxilia ou complica o dia-dia. O que você acha?




Enfim chegamos a polêmica... Até onde a TI pode auxiliar ou complicar a nossa vida cotidiana?

Antes de tudo, devo recorrer ao passado, onde muitos principalmente nos anos 80 e 90 diziam que a tecnologia poderia sim de fato ocasionar uma desorientação no mercado de trabalho. Particularmente, este movimento já vem ocorrendo há algum tempo, mas a soma dos aplicativos inteligentes em nuvem e disponíveis em dispositivos móveis vem ganhando destaque neste quesito.

Bom, falando sobre o Uber que é um aplicativo americano e que veio ao mundo com o seu serviço de “carona remunerada”, herdando hoje em dia algumas manchetes de noticiários na rádio e até na TV . 
O motivo? Sim, as reclamações dos sindicatos, prefeituras e as empresas do setor.

Mas porque tanto rancor dos sindicatos e prefeituras sobre este aplicativo? O serviço de transporte é uma cadeia que correlaciona diversas frentes e devemos entendê-la. Primeiramente, na maioria das cidades, um taxista deve realizar um curso e posteriormente adquirir uma licença municipal, pagasse algumas taxas à prefeitura e este contribuinte adquire uma profissão regulamentada, após o taxista devidamente licenciado deve buscar um alvará com inspeção junto a prefeitura, para que posteriormente possa transitar pela cidade usando o serviço com seu veículo. Aqui, já observamos dois lados:

·         Lado da Prefeitura: A prefeitura arrecada nos cursos e licenciamento de novos condutores e também adquire verbas com a concessão de alvarás. Na cidade de São Paulo, a prefeitura se defende através da Lei 12.468/2011, que reserva aos taxistas o direito de explorar o serviço de transporte individual remunerado de passageiros. 

·         Lado do taxista: Estes, adquirem alvarás e ingressa em um seleto grupo de pessoas licenciadas. De certo ponto, menos concorrência, traz garantia maior de serviços ou demanda.

Neste artigo, não estou publicando para apontar o que é o certo ou o errado. Mas o relevante e que chama muito a atenção é a chegada de aplicações que confrontam o sistema e aquilo que era previsto no passado, aparenta força nestas aplicações móveis. Afrontar funções regulamentadas é um piso em um calo e que gera polêmica.

O Uber se defende, apontando que não é uma empresa de transporte, mas sim, uma empresa de Sistema de Informação, e que todos os impostos e leis vinculados a este setor ele cumpre com rigor.

Acima do parágrafo anterior. Está errada esta afirmação? Não, realmente o Uber é um aplicativo. Mas o que devemos levantar a bola e se perguntar: Porque há tantos clientes e está incomodando tanto esta cadeia?

Tentando responder a pergunta, acredito que há uma lacuna entre o real e o que é mais prático e barato. Uma lacuna entre preço e risco. E que o aplicativo ou soluções se encaixam nesta lacuna. Como disse, não quero julgar ou classificar, mas será que se o serviço de taxi ou até mesmo de transporte público estivesse em uma camada de “valor agregado” ingressaria nesta discussão? Ou seja, eu pago um valor “x” mas eu tenho o benefício “y” eu usaria sim este serviço.

Será que amanhã não teremos médicos usando aplicativos? Ou engenheiros trabalhando remotamente e postando seus projetos na nuvem?

Há tempos, nós que atuamos na área de TI realizamos estes questionamentos naturalmente em nosso meio. Exemplo: Vamos comprar o aplicativo “Z” porque ele vai economizar “X” de tempo e consequentemente “Z” em dinheiro. Esta atividade, já é a nossa função e exatamente estas atividades consequentemente traz uma readequação de empregos na área de TI. Mas nós já estamos habituados a esta cultura.


Agora de fato, dando minha opinião,  pode até ser que o Uber perca nesta batalha, mas os serviços de um modo geral estão sendo forçados a ganhar este dinamismo de “valor agregado” pela sociedade, caso contrário o força das populações e soluções de diversos locais surgirão uma atrás das outras. Citando um caso que até traz certa similaridade, quem se lembra do “Napster”? Bom, ele perdeu a batalha... Mas alguém aí comprou um cd nos últimos meses?